quarta-feira, março 23, 2011

ser árvore...




sonho a certeza do sentido
esboço o resultado e não passo de uma amálgama.
as raízes prendem-me à terra
não falam, mas empurram-me nas sombras.

sustenho o grito, crescem-me os braços,
há dor nesse silêncio de tantas luas

o sangue pesa-me no corpo
fervilha como cal ardente,
é o rebentar das folhas.
cobrem-se os galhos.

não se adiam os dias
que perseguem o engrossar do tronco

puxam-me as origens
na alegria de ser árvore,
o abrigo permanente de friorentas aves
onde a beleza impera na plenitude do crescer.

rejuvenesço no principio das manhãs
de um Março que embarga nova primavera…



helena maltez

rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...