
sonho a certeza do sentido
esboço o resultado e não passo de uma amálgama.
as raízes prendem-me à terra
não falam, mas empurram-me nas sombras.
sustenho o grito, crescem-me os braços,
há dor nesse silêncio de tantas luas
o sangue pesa-me no corpo
fervilha como cal ardente,
é o rebentar das folhas.
cobrem-se os galhos.
não se adiam os dias
que perseguem o engrossar do tronco
puxam-me as origens
na alegria de ser árvore,
o abrigo permanente de friorentas aves
onde a beleza impera na plenitude do crescer.
rejuvenesço no principio das manhãs
de um Março que embarga nova primavera…
helena maltez